Os plásticos , um problema global

 

Oceanos de plástico

A poluição dos oceanos começa quase sempre na nossa lixeira. Conforme a empresa de consultoria McKinsey & Company, das 260 milhões de toneladas anuais de plástico que nos desfazemos no mundo, apenas reaproveitamos 12%, enquanto a imensa maioria termina incinerada ou disseminada nos aterros e locais mais inconcebíveis do planeta, como é o caso do abismo Challenger no fundo marinho.

 

A maior parte destes resíduos abandonados termina nos mares, onde as ondas e o vento os descompõem até convertê-los em fragmentos diminutos conhecidos como microplásticos . Estas partículas de menos de 5 mm ficam presas dentro dos giros oceânicos, formando grandes manchas de lixo flutuante como a do Pacífico Norte, a maior do mundo, com 1,6 milhão de km2 e 80.000 toneladas de peso.

 

Se estes polímeros são descartados a milhares de quilómetros dos oceanos, como é possível que terminem flutuando neles? O oceanógrafo neozelandês Laurent Lebreton sugeriu em dois estudos publicados pela revista científica Nature em 2017 e 2019 que os rios, especialmente os maiores e mais poluídos, são determinantes na chegada de plásticos ao mar, pois arrastam, conforme se estima, entre 1,1 e 2,4 milhões de toneladas anuais.

 

Lebreton inclui também a sujeira das praias, a pesca, a aquicultura e o tráfego marítimo entre as causas que explicariam como o plástico chega ao mar. Não é em vão que os resíduos procedentes dos barcos signifiquem quase a metade dos resíduos encontrados até a data presente na ilha de plástico do Pacífico Norte, tal como garante um estudo recente publicado pela Nature. As águas residuais, o vento, a chuva e as inundações também levam o plástico terrestre até os oceanos, especialmente aqueles de um só uso — sacolas, canudinhos, cotonetes de algodão ou embalagens — que, ao serem mais leves, voam para a costa ou entram na rede fluvial até chegarem ao mar.

 




 

 

OS PLÁSTICOS, UM PROBLEMA GLOBAL

O fato de que cada vez mais governos propõem medidas para paliar seu impacto sobre o meio ambiente demonstra que os plásticos se tornaram um quebra-cabeça para o planeta. Para não ir mais longe, a Europa proibirá em 2021 a venda em seu território de plásticos de um só uso como canudinhos, talheres ou cotonetes. Para termos ideia da dimensão do problema, vejamos alguns dados objetivos:

 

Anualmente são produzidas 500 bilhões de garrafas de plástico no mundo.*

Em 2020 geraremos mais de 500 milhões de toneladas de plástico, 900% a mais do que em 1980.

Já há mais de 150 milhões de toneladas de resíduos plásticos nos oceanos.

Em 2050, os oceanos poderiam conter mais plásticos do que peixes.

Cada ano acabam nos mares e oceanos aproximadamente oito milhões de toneladas de plástico.*

Os plásticos de um só uso (que são a metade do plástico que utilizamos por ano) têm uma vida útil média de 12 a 15 minutos mas podem demorar até 500 anos para desaparecer, segundo a empresa Life Out Of Plastic (LOOP). O plástico sobreviverá a nós e nossos filhos. A boa notícia é que está nas nossas mãos, pois somos consumidores: podemos reverter esta situação. Temos o poder de conseguir que os fabricantes mudem sua forma de produzir. Como? Modificando a nossa forma de consumir nas ruas e o descarte incorrecto de tintas acrílicas.

 

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Agir na certeza que um Mundo melhor é possível!

Atividade - Dia Mundial dos Oceanos